segunda-feira, 16 de abril de 2012

Arquiteto Mario Palanti


Mario Palanti, arquiteto italiano, chegou à Argentina em 1909, na véspera do centenário de maio deparando-se com uma Buenos Aires que tentava, dentro de um processo modernizador, consolidar-se através da transformação física. Paralelamente, observava-se um fluxo massivo de imigrantes e a construção de uma “identidade” que buscava, na arquitetura, um “estilo nacional”.


Ao desembarcar, Palanti colaborava com o colega Gaetano Moretti na construção do Pavilhão Italiano para a Exposição do Centenário. O período marcaria a ascensão na carreira de Palanti, permitindo a realização de seus projetos até o começo da década de 1930. Trabalhou junto a Arturo Prins Oskar Ranzenhofer para, tão logo ter conquistado reconhecimento local, estabelecer seu próprio escritório. Nos anos seguintes, Palanti trabalhou, principalmente, para empresários e comerciantes da comunidade italiana radicada em Buenos Aires, desenvolvendo um estilo único que caracterizaria sua arquitetura.
Seu estilo singular gerou confronto com outros profissionais e autoridades locais, preocupados com a busca de um “estilo nacional” e também no âmbito da estética arquitetônica. Sua primeira exposição pública foi em 1916 quando, a convite da Comissão de Belas Artes, realizou uma exposição pessoal de arquitetura com a qual publicou seu primeiro livro "Prima esposizione personale d´architettura nella repubblica Argentina". Na época, o crescimento econômico do país era mostrado através dos empreendedores - homens ricos -  vistos como símbolo de progresso e ratificadores da prosperidade do país. Os jornais foram os grandes divulgadores da obra do arquiteto. Um caso paradigmático foi a construção do Palácio Salvo, única obra de Palanti em Montevidéu (1922-1928), cujo impacto imaginário fez dele o símbolo de uma época e emblema da modernidade. A imagem que se criava em torno desses edifícios e seus proprietários contrastava com a tentativa de alcançar uma "arte nacional" e uma maior homogeneidade na imagem da cidade. Além disso, tais edifícios diferiam do "ideal" estilístico anteriormente compreendido na história da arquitetura. Os sistemas construtivos, técnicas e métodos projetuais foram, muitas vezes negligenciados na busca de uma imagem que resultasse mais coerente com a imagem de "modernidade".
                                                           Palácio Barolo, Buenos Aires, Argentina

                                                                                   Palácio Barolo

                                                                Palácio Barolo (hall principal)

                                                                      Catedral Metropolitana, Buenos Aires

                                                                                                    Hotel Castelar, Buenos Aires

                                                                           Palácio Salvo, Montevidéu

                                                                         Palácio SalvoFoto: Mirele Pacheco

                                                                        Palácio Salvo                                                                  Foto: Mirele Pacheco



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