O grande objetivo da fotografia ambiental é o registro fidedigno das imagens da flora e fauna local, além de promover a oportunidade de reconectar o ser humano ao ambiente natural. E para o ato fotográfico não constituir um ato mecânico, é imprescindível que o fotógrafo tenha amor pela natureza!
Ser dotado de paciência e portar equipamento adequado são ferramentas indispensáveis ao profissional que optar por se dedicar ao segmento. O domínio da técnica deve estar incorporado ao perfil desse especialista, porém, só isso não basta para a produção de boas imagens. Humildade, intuição, talento, observação visual apurada e espírito de aventura também fazem parte do pacote de habilidades que não se adquire nos bancos acadêmicos se já não houver disposição para tal, aliada à preferência e gosto pessoal do fotógrafo.
Ainda são necessários conhecimentos científicos que envolvam biologia, ecologia, botânica, zoologia, geografia; preparação física e adaptabilidade. Em incursões fotográficas, é conveniente acercar-se da companhia de um guia conhecedor dos costumes da região e dos costumes dos alvos de seus cliques. Encontrar o assunto fotográfico nem sempre é rápido e fácil, pois a natureza desenvolve seu próprio curso e cabe ao fotógrafo descobrir os tempos e espaços pertinentes à sintonia essencial para cada momento.
Outro detalhe importante é a roupa do fotógrafo, que deve ser confortável, permitir flexibilidade e permitir ao corpo respirar, além de ser adequada às características do local. No caso de fotografar em locais com alagados, convém ter um saco estanque para acomodar câmera, lentes e acessórios. Boné, chapéu, óculos escuros, repelente de insetos e protetor solar também são indispensáveis em praticamente todas as situações que envolvam fotografia ambiental. Permeando todos os aspectos está o planejamento da viagem, expedição ou safári considerando a escolha do lugar de destino com base na melhor época do ano, período de permanência, equipamento e orçamento, entre outros detalhes.
Fotografar a simplicidade e a beleza da natureza pode parecer uma tarefa muito fácil, mas não é. De olho num futuro que está bem próximo, pois se constitui de cada novo momento vivenciado, o fotógrafo precisa agir sem demora para transformar consciências por meio de suas fotografias. Elas podem ter cunho artístico, autoral, publicitário, editorial, informativo, mas também podem - e devem - acima de qualquer aspecto comercial, servir como registro inconteste de denúncia das más ações da própria espécie humana.
Atualmente, em virtude da situação global vivenciada no planeta, bem como a urgência de conscientização e práticas efetivas, não seria pretensioso afirmar que é possível fazer a diferença mostrando imagens que documentem tanto a preservação quanto a devastação do meio em que vivemos. E cabe ao fotógrafo consciente de sua tarefa social o trabalho de gerar muito mais do que imagens, pois suas fotografias podem tornar-se referências na preservação e na promoção do desenvolvimento e da qualidade de vida.
Creio que uma pergunta pertinente que todo fotógrafo deveria fazer a si mesmo é: “Quanta energia eu coloco na preservação do meio ambiente? É a mesma que emprego nas minhas fotografias?”
Para quem desejar ser um fotógrafo compatível com a nova postura socioambiental que o planeta Terra exige, será necessário atuar, também, de maneira sustentável. Tanto o profissional quanto a sua empresa precisam produzir o máximo de imagens com o mínimo desperdício; cumprir as obrigações legais e regulamentos dos parques, reservas e refúgios biológicos; respeitar os diferentes públicos com os quais se relaciona e interagir com a comunidade na qual está inserido. Precisa adquirir, fundamentalmente, uma postura que contemple a própria ecologia interna, pois ninguém pode dar aquilo que não tem.
No meio cultural e comunitário pode ser interessante alavancar projetos fotográficos que gerem novas consciências, capazes de produzir a energia que o mundo precisa para ser sustentável.
Para finalizar, pode-se afirmar que a construção de uma imagem resulta em uma potência expressiva composta por diversos elementos que combinam, justapõem e também contrapõem sentidos a partir do momento fatídico de disparo do obturador. A fotografia pode se configurar como um instrumento legal para o aproveitamento da habilidade consciente dos seres humanos no gerenciamento da manutenção da natureza, tarefa de todos os cidadãos e governantes que habitam uma rede infinitamente interdependente e cíclica de causas e conseqüências - o planeta Terra.
Resenha produzida por Mirele de Oliveira Pacheco
Disciplina de Fotografia Ambiental
Professor Fernando Pires
CST em Fotografia - Curso de Comunicação Social
Ulbra/Canoas
2012/2
Fontes de consulta:
Material didático fornecido pelo professor;
Revistas especializadas em fotografia (Digital Photographer, Photo Magazine e Fotografe Melhor);
Vivências e opinião pessoal da aluna.
Fontes de consulta:
Material didático fornecido pelo professor;
Revistas especializadas em fotografia (Digital Photographer, Photo Magazine e Fotografe Melhor);
Vivências e opinião pessoal da aluna.
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